segunda-feira, 20 de setembro de 2010

tempo, tempo...

acho que a vida anda passando a mão em mim
a vida anda passando a mão em mim
acho que a vida anda passando
a vida anda passando
acho que a vida anda
a vida anda em mim
acho que há vida em mim
a vida em mim anda passando
acho que a vida anda passando a mão
em mim

e por falar em sexo quem anda me comendo
é o tempo
na verdade faz tempo mas eu escondia
porque ele me pegava à força e por trás

um dia resolvi encará-lo de frente e disse: tempo
se você tem que me comer
que seja com o meu consentimento
e me olhando nos olhos

acho que ganhei o tempo
de lá pra cá ele tem sido bom comigo
dizem que ando até remoçando

do livro Pensamento do Chão, de Viviane Mosé

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Escrevo ainda? Sigo adiante.

Escrevo ainda como quem busca um quê. E de frases soltas é que se faz esse espaço. Frases que só encontraram sentido no exato instante em que tocaram o papel esperando a próxima... a próxima frase que traria o inegável sentido do que está dito como se, todo o tempo, confluíssemos para esse sentido. Como se eu já o soubesse e apenas desse volteios por entretenimento.

Aviso logo: não faço sentido e não vejo sentido no que faço. Espero sempre o abraço que aceite essa minha parte tão vaga, a mão que segure firme essa minha palma tão fluida, uma linha que termine essa frase.

Espero ainda. Espero. Respiro. Descompasso.